Tudo o que eu podia ser
Fui tão só em parte...
Nem alegria, nem desastre...
Água morna que o vento bate.
Olhando para frente, vejo nada
O nada em que o universo se expande...
Grão de areia microscópico rezo...
Fé que não me sacia nem prezo.
Eu bem que podia ser alguém
Com alma cravejada de diamantes...
Restou-me a hipocrisia doente
De ser ridículo entre as gentes.
Fosse eu rei, serena majestade
Meu reino não me traria alegrias...
O poder me queimaria a pele
E minha alma em pó se desfaria.
O certo é que não há solução
Para o drama que me propus ao nascimento...
Ser, a um só tempo, homem e fermento,
Das dores em que lanço meu lamento.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 07/05/2008
Alterado em 10/05/2013