Dois anos de guerra findaram com a derrota do rei Alakan I. O exército voltou para casa, à frente seu general, Oto.
Oto era conhecido pela vaidade. A derrota o abatera e ele pensara em pôr fim à vida, no que foi dissuadido por seu lugar tenente, Borelo, que o advertiu:
‘Outras guerras virão, meu senhor. A glória inda não se perdeu!’.
Oto acreditou. Na volta, perdeu o comando e exilou-se em sua vila, longe do castelo. Lá viveu esquecido até que nova guerra irrompeu. O novo rei, Alfredo II, chamou-o e lhe confiou o comando do exército.
Oto partiu, ao lado o fiel Borelo. Ao chegar no campo, avistou o mesmo inimigo de anos atrás, no comando o temido general Hortênsio. Indagado por Borelo sobre o que fazer, Oto pediu-lhe uma lança e um pano branco. Depois, hasteando a bandeira, cavalgou rumo aos inimigos.
Passou-se uma tarde inteira na qual Oto e Hortênsio conversaram, entre os dois exércitos. Ao voltar e anunciar o fim da guerra, Borelo perguntou:
‘O que fizeste, meu general?’
E Oto sorriu, limpando o rosto com o pano branco:
‘Eis a glória. A única que nos resta! A única que sempre restará!’.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 12/02/2008
Alterado em 21/02/2013