Hoje, quando o velho relógio bateu meio dia
Sem sequer indagar as horas, lembrei de você
Assim, como quem já sabe que toda lembrança
Não guarda intimidade com o tempo
Nem dele ansiosa se alimenta.
Lembrei de pequenas doçuras, pétalas do ser
Naquele jardim que cultivamos devagarzinho
E depois deixamos fenecer...
Deixamos não, onde a sinceridade?
Eu sim o artífice da mudança...
O homem com um passaporte na mão
E na cabeça um esboço, uma ilusão
De tudo que um dia não iria ser amanhã.
Ao sol do meio dia, avisou o velho relógio
Você passeia nas avenidas da triste superação...
Mas, saiba, que neste preciso instante
Lembrei de você e quis estender-lhe a mão.
Crédito da imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Azrael