E então meu filho chama
Para assistir televisão...
E eu vou, não para rever os Jetsons
Mas para aprender sobre o fundo do mar
A fossa de Mariana, a superfície lunar...
Noutro dia ele me intima
A jogar futebol no estádio da imaginação...
E lá vou eu, escalar minha incompetência
Com a cobiçada redonda, coração da nação...
Noutras vezes é a vez do violão...
Onde ele já ensaia smoke on the water
Diante de uma extasiada multidão...
E lá vou eu dedilhar uma não melodia
Porque ainda não chegou o dia
De virar roqueiro e musicar a poesia.
O bom mesmo é quando ele pergunta
Quem eram os gauleses, os romanos
E então dou saltos de dois mil anos
Só para ele entender onde está.
A tudo faço e não me falta voz
Já que a essência de estar vivo
É ver a própria vida
Tornar-se vida diante de nós.