Diante de uma árvore tombada
Muitos logo enxergam a lenha
Tão vital e necessária
Para aquecer corações enregelados.
Quando se pensa no espaço entrecortado
Pela ambição do mestre almiscarado
Poucos lembram das estrelas deserdadas
Que nos deram poesias eternizadas
Mas já não mais tão eternas
Por doentia falta de emoção.
E ao nos debruçarmos nas janelas
Não é outro dia que enxergamos...
É a mesma imbecilidade de sempre
A angústia de vencer o que não se vence
A estupidez de não ir ao médico
Embora tão frágeis e doentes.
Enquanto tudo cai, eu observo
Como quem ouve um tango argentino...
Também tenho cá meus caprichos
Meus desejos e meus desatinos...
Mas amanhã quando eu não for
Quem hoje temporariamente sou
Favor cessado pela morte...
Um resto de consciência há de restar
Na velhice do meu filho...
Quando ele desses tempos se alembrar.
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