Um mês sem escrever um poema
Mais que isso!
Um mês sem sentir um poema
Tudo quanto basta para se incorporar em mim
Toda a aridez do Saara...
Mas se mesmo no cáctus tem água
Que em mim explodam horizontes
E a paisagem escape do meu olhar...
Vá ser quadro no Louvre ou em tuas mãos
Ser a trilha do teu destino
Tarô tranquilo, sem superstição.
Um mês sem um só verso, e não sei
Se o poeta em mim morreu
Ou se a poesia fez-se ave de arribação...
E como não profetizo poesias
Nem para mim nem para ninguém
Fico olhando o papel em branco
Esperando minha nova Jerusalém.
Crédito da imagem: https://meioambiente.culturamix.com/recursos-naturais/deserto-do-saara-curiosidades-gerais