Sou homem de litoral...
Vivo sempre na praia, eis que respiro
O ar mais absoluto, em si inocente
Dos enganos vaidosos e evidentes.
Mas a praia de mim sempre me escapa
E faz por sério denodo, de meu coração,
Lar de suas ondas calmas, beijo ardente
Sal inclemente das lágrimas que jamais voltarão.
Guardo em mim minha praia
Aquela em que a sombra das palmeiras
Recobre sereias de seios expostos
Que cantam e encantam, entre os recifes
Quebra-mar exato das minhas aflições.
Porque aqui não sou tocado
Nessa praia que desenhei para mim
Em uma folha dispersa da inconsciência
Rabisco incerto de certo destino e lugar.
Minha praia não tem nome, não importa
É somente ideia em que me deito a descansar...
Crédito da Imagem: https://www.falandodeviagem.com.br/viewtopic.php?t=9389