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O amor ferido, de morte afligido
Sangra
No olhar que não vê
No braço
Que já não abraça.

Tudo parece se desfazer
No ar intacto
As palavras cortam, foice cega
A carne da promessa e do prazer.

Que resta a fazer?
Expiar o erro monumental
Gritar desculpas ao vento que passa?

Mas se o mundo à nossa volta é triste
E mesmo o vento sopra indiferente
Que resta fazer quando em toda a gente
Murchou a semente do amanhã sonhado?

Se pudesse, daria minha mão
E nela tomaria a sua, passeio de esperança
Reencontraria o norte, o coração
Que chora assustado, infeliz criança.


Elevaria a voz, grito de perdão...
Porque em mim não se perdeu a chave
Mágica
Que destranca nossa dor, que sabe...

Que sem nós a sombra de final de ano
As cores inda por vir do futuro...
Nada alegram, nada são...
Neste universo cinzento e duro.

alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 30/11/2007
Alterado em 29/05/2013


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