Para Antonio Conceição
Pois então me mostre, amigo velho
No bater do pandeiro, a joia oculta
De ser brasileiro ainda que exilado
Delícia do sangue pulsante que se escuta.
Descendo a Selaron, vermelho encarnado
Azulejos e degraus, coloridos ancestrais
E o balançar do bondinho, Santa Tereza,
Rio, Senhor do Bonfim, coloniais certezas...
Pois então me ensine, poeta da avenida
A achar o ritmo certo, o estandarte
Da escola dos que amam a criação...
Toma meu braço, rebrilho de verão
Na velha vila, Isabel, samba canção...
Que eu há tempos morro de saudade
Já nem sei porque mais não...