Meu pequeno menestrel
Sei que brincas em algum galho
Ou talvez beijes alguma flor...
Que o vento te leve minha voz
E o vento te acene meu adeus.
Quão belo é o teu cantar
Que acalma o mar da alma
E encanta o pensamento...
Ah! Menestrel de mil momentos
Que saudade do teu canto!
Sua casinha ainda é alegre...
Tem flores, brilho, cores...
Mas fostes morar muito longe
Onde este teu pobre amigo
Não pode mais te escutar.
Não te preocupes, eis a liberdade
Que, egoísta, não soube te dar
Poerdoa-me, pois, e canta forte
Para o mundo inteiro te escutar.
Voe entre o brilho das estrelas,
Pouse sobre as espumas do mar...
Cante, encante crentes e ateus
Faça a vida te escutar.
Se quiser, visite o sol
E cante para ele se alegrar...
Depois, sobrevoe a Lua
E faça a noite te escutar.
E, se em um destes passeios,
De mim vieres a lembrar
Cante! Cante como só tu cantas
Canta para eu também te escutar.
* Poema escrito em 1976
Obs: Escrevi este poema com 15 anos de idade. É dedicado a um pequeno passarinho (guriatá) que encantou a minha vida e a de minha mãe. Rebuscando velhos textos, eu o achei e julguei que devia publicá-lo, embora decorridos mais de 40 anos. Decidi fazê-lo porque, por alguma razão, relê-lo trouxe-me lágrimas aos olhos. Coisas de um velho lobo sentimental? Talvez. A palavra está com vocês que me dão a honra de visitar este meu cantinho.
Crédito da imagem:https://www.wikiaves.com.br/wiki/gaturamo-verdadeiro