Sábado mira o Domingo, bem à frente
com olhar de grão vizir arrogante,
proclamando-se Deus de todo repouso.
Domingo é dia contido, tem jeito de menino
que pelos pais por demais repreendido
não ousa cortejar a rebeldia de antanho.
Domingo, domingo, ouça o que predigo
antes que nada seja teu tamanho.
As ousadias da Segunda, que a tudo vê
com notas de dinheiro entre as mãos...
fazendo ponto nas esquinas do dever ser...
é o exercício mais assente da prostituição.
Ah! Segunda, quem quiser que te beije
a boca de incontável perdição.
Os dias em minha mochila de andarilho
em meu caminhar a Compostela...
(nunca fui, mas imagino da minha janela)
pululam como sapos em um espartilho...
Sabado, Domingo e Segunda
ou como se chamem em qualquer linguajar...
a todos declarei minha augusta falência,
os dias passam e eu desisti de contar.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 20/10/2019
Alterado em 03/05/2020