Aos amigos nesta mesa do ontem e do hoje
(amanhã é história para profetas...)
dois baianos abrem alas para filosofia
e dois Areópagos reclamam a ansidedade
das barrigas vazias (Por Deus! Mais de meio dia!).
Pois o tempo é tão somente uma esquina
e a esquina é o tudo que se avizinha
tempo como música, fluida, desembestada
sinfonia que não se sabe nem jamais é ensaiada...
Vamos adiante neste banquete de não evidências,
de amizade e breves decências que só os eleitos partilham
em um mundo de enganos e aparências inférteis
bom zanzar pelas estradas sem epílogos vulgares.
Outro drinque de benevolência, incandescente
nesta mesa em que somos unos e imaterialmente gente
ond eos sonhos não levados a sério se transformam
em gargalhadas de aracquinídea arquitetura
(Gaudi que nos salve da mesmice dos alumínios!).
E por cima de tudo o misterioso rito da Bahia...
Xangô tricotando justiça nos cantos onde a treva não sombreia
e um prato de efervescente moqueca, dividido
na luz, no sorriso, na Santa Ceia.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 19/08/2019
Alterado em 03/05/2020