Foi um pato em Treviso quem me disse
depois de uma viagem em espumantes zonas...
que na Idade Média o amor tinha gosto de morango
e os corpos ansiavam pelas graças dos altares...
O pato me confessou ser ótimo ser pato
em plena época de divinas exortações...
Pois um pato é só um fato, não uma questão
não arrasta em si uma alma a ser conquistada
nem pode fazer votos de sombria submissão.
Só aos patos é dado amar...
aos homens tão só vadear...
O pato de Treviso piscou os olhinhos e foi embora
pelo canal tranquilo, rumo ao moinho
que ainda hoje roda, roda, indiferente às eras
e a filosofia da continuidade das águas dos rios...
Enfim para que filosofia nas terras de Itália?
Bem o sabe o arisco pato de Treviso...
que sendo antigo como as lembranças relembradas
é a cara da História sem delongas e sem mais nada.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 17/03/2019
Alterado em 05/08/2019