Pode ser que a porta não se abra
não se desvende nem se desnude
para o modorrento hoje sem amanhã
nunca mais
e o tempo se arraste feito calango ao sol.
Pode ser que eu ache graça
da sua piada que cheira a cerveja choca
e então eu me lembre daquela velha sábia
a velha e a sua palhoça, em minha infância
a reza com ramos de arruda...
Possivelmente eu não faço mais qualquer diferença
ou então sou eu mesmo que fugi do meu passaporte
sou refugiado de honra e graça, conquanto
sem pátria
como uma puta envelhecida e solitária.
Possivelmente sou eu mesmo o eixo
e a equação apta a Copérnicas verdades...
deixe estar o mundo e os programas de auditório
meu abandono é cristalino amor
no desamor que me incendeia toda calma
(por onde pasta a minha alma?)
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 04/12/2017
Alterado em 04/12/2017