Mudo e mudo sempre
Pois é imperioso mudar
Recriar física e quimíca
Explicar em simples cálculo
As variantes da incompreensão.
Mudo porque sei do limite
Que assombra toda rebeldia
Retorço consciências e sofro
A dor que faço doer.
escapo, cabeça baixa...
Alma alada
Mística ave do amanhã.
Não lamentarei minha ausência
Não fui jamais presença
Nesta fotografia de 1987...
Parto porque me fascinam as curvas
Os desastres
As festas e as vítimas.
Partir e mudar em tantos mais
Do outro lado do espelho
Que zomba da minha idade.
Parto porque não fico
Mudo porque não sou
Não fico porque sigo
Mudo porque não sei.
Qualquer dia
escreva umas linhas
Certas, tortas, divinas
Qualquer luz que clareie
A eterna penumbra deste cinema.
* Poema escrito em 1987.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 09/02/2017
Alterado em 04/07/2017