Se acaso ouvires
Perpassar pela janela
Um breve ruflar de asas
Sou eu
A voar em alma
Sobre o ninho que foi nossa casa.
Não te assustes
A Noite transcende
A paz do encontro
A vida passada
Que voa, desencontrada
Peso do silêncio, ânsia da palavra.
Pois não resta um só poema
Capaz de refazer a estrada
Nem o amor mal entendido sabe
Como retomar a esperança extraviada.
Acreditei ter a força de gigantes
Senhor de passos continentais
Agora remôo remorsos conflitantes
A fé proclamada não me vale mais
Se acaso lembrares dos brancos dias
Riso dourado, rotineira alegria
Estende as mãos, entrega
A semente à mesma terra
Que nos resume e recria.
Mesmo que tuas sementes
Não mais floresçam em meu chão
Guarda
O odor inesquecível
Do jardim incandescente
Do teu e do meu coração.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 11/11/2015