As letras do poema são minhas pedras
Com as quais abato
O gigante filisteu...
Enquanto em mim renasce e medra
O mesmissímo ser que nomino: eu!
Eu, que existo pela coincidência absurda
De gens e cromossomos acidentais
Produto de uma fecundação surda
Sob cobertas de profundidades abissais.
E fui eu quem, um dia
Emergiu desta cacofonia
Envolto na placenta
De uma infância indesejada
A suportar anos de agonia
Ilusão de vida, em cada morte antecipada.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 26/04/2013