Não sei onde estás
Nesta noite que se recusa anoitecer
Se soubesse
Talvez, quem sabe...
Deste silêncio fizesse o poema
Acontecer.
Nada é mais triste que a musa
Quando dos nossos cuidados se vai
Vazio de cidadela morta
Onde não se ouve um só ai.
E a incerteza que me abate o andar
Torpeza de sentidos, ausência de sonhar
Quer em mim a lágrima macerada
Pelas entrelaçadas dores do chorar.
Mas se nem sei para onde olhar
Quando o pranto benfazejo
Resolver me visitar!
Melhor então crer na poesia
Deixar a alma pontuar
A tapeçaria.
As cores do teu ser lá estarão
Rubras gotas
Roubadas ao coração.