Para
Caetano Veloso
Gilberto Gil
Dorival Caymmi e Jorge Amado (in memoriam)
Longe, terra, longe que se esconde
Do canto que te mando e em que chamo
Aqueles anos em que o olhar
Amargo não era, feliz por estar.
Minha terra, longe, de mim ausente
Tua baía me ancora, unge minha alma
Que é espuma de onda, beijo mágico
Sob teu sol, terra azul e tão calma...
Longe, Bahia, tantos te cantaram
E ainda cantam, mesmo quietos,
Dorival, Caetano, Gil
Amado marido de Flor
Estar sem ti é cortejar a dor.
Longe, minha, sempre terra
Nas solas do sapato me acompanha
Embriaga meus olhos, linda,
O castanho das pupilas faz azul
Amaralina onda.
Deixei, terra minha, o coração
No silêncio da Ponta de Humaitá...
Ali fui moço, tanta coragem
Vi os barcos, as moças,
O mar, Monte Serrat.
Terra longe que me visita
No sonho adiado de cada dia
Alto o Olimpo em que definho!
De Todos os Santos, peço
A gota do divino vinho.
Quero voltar, terra minha
Querer que não é real
Não se volta ao que se foi
Perdida estrada sem sinal.
Mas te quero, longe terra
A estender teus encantos
Teus cantos, recantos, santos
Deus cor de anis.
Em ti descubro a palavra
Que me cala
Mas me redime e faz feliz.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 09/10/2009
Alterado em 03/07/2019