Sou
Assim
Assado
Muitas vezes atento
Noutras, desarmado...
Espreitam-me abismos...
Onde me lanço, mas não caio.
Sou
Assim
Assado
Capitão de longo curso
Marujo aferrado
À terra e ao mar...
Porque o horizonte me espicaça
O porto me quer abraçar.
Sou
Assim
Assado
Cercado de contingências...
Que sempre me deixam a boca amarga...
Porque sabem à doenças
Alvejando esta vida tão escassa.
Assim
Assado
Sou e serei
E quem me der o braço
Sentirá o trejeito do equilibrista
Que mente nas métricas, no poema
A paisagem invisível à toda vista.