Meu poema
Aflito...
Sente o tempo decorrido
As horas emudecidas
Em que não me embriaguei com sua voz.
Então meu poema corre
Liberto dos ponteiros
Chama um táxi
Invade semafóros
É preso e processado
Enfim encarcerado em seu abraço.
Que não me prendam as tempestades
Viver é sempre atravessar intempéries
Que minha voz e meu olhar sejam doces
Quando seu rosto iluminar a Terra.
Assim, meu poema
E o amor sem palavras que traduz
Seja sempre petála precisa de rosa
Que inebria e seduz.
Entre os versos que lês
E os tantos que ainda virão
Ressoe sempre o amor mais rebelde
E um suave pedido de perdão.
Não se pode sempre alvejar a Lua
Os poetas são loucos, mas todos sabem
Que a força por vezes falta, a alma chora
Nos desvãos dos segundos e das horas.
Mas o que fica desta epópeia
Quando se ama a mulher que nos explica
É o sorriso que na alma se enrosca
delicado laço de fita.