Na pequena vila de Azukar, chegou o dia do casamento de Zoé e Klarko. Muito queridos, a festa prometia durar muitos dias.
No momento da celebração, o sacerdote Voltan indagou a Zoé se aceitava casar-se com Klarko. O sorriso do rapaz, até então radiante, foi se apagando, diante do silêncio pétreo da amada.
E passou-se todo o resto do dia e Zoé nada disse. Muda e com o olhar vago, só duas lágrimas correram-lhe pelas faces. Mas da sua boca perfeita não se ouviu nem sim nem não.
Grande foi a dor de Klarko. O casamento não aconteceu. Zoé voltou para casa, sob o olhar espantado de todos. Azukar mergulhou na tristeza. E nada mais foi como antes.
Tempos depois, Klarko partiu de Azukar. Pouco depois, Zoe, muda desde o dia do casamento, enfim falou, uma só palavra:
‘Sim’.
Desperta do seu silêncio, Zoé procurou por Klarko em vão. Nunca mais ninguém soube dele. Zoé isolou-se de todos e sempre pensava, em sua solidão, que até as menores palavras tem um tempo para serem ditas.