Textos


Alguém diga ao vento
que a prometida alegria
as festas da transformante rebeldia
nem uma só delas chegou...
Foram empacotadas, etiquetadas,
a sensata estupidez delas se encarregou.



Alguém diga ao vento
que aquela namorada
de olhos verdes adolescentes
casou-se, mas não comigo
e hoje está cansada e doente.


Alguém, por honra, diga ao vento
que meu cigarro cancerígeno se apagou
e que não me restou nem o consolo
das cinzas... que o vento levou. 
(Ah! Vento, vento...).


Alguém diga pois ao vento
este implacável redefinidor
que estarei futuramente bem onde estou
e que para mim, em sã consciência
(ou adiantada demência)
simplesmente acabou.

Crédito da imagem: Marina Silva

https://www.ibahia.com/salvador/detalhe/noticia/ventania-continua-em-salvador-e-chega-a-59-kmh-dia-tera-chuva-fraca/
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 19/03/2019


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