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Vem lanchar, meu filho
São cinco horas...
O dever terminado, tarde anoitecendo
Vem lanchar, meu menino...

Ouço este chamado, e despertando
Creio que as tardes do primário renasceram
Que minha mãe cruzou em retorno
O terrível umbral do nunca mais...

Nunca mais lanche nem infância
A kombi que me levava à escola...
Vem lanchar menino que já não és
Enquanto ainda resta
Estradas por sob os pés.

És pai, não mais criança
No reverso da roda que nos faz ser
Filhos na hora certa aos pais perdidos
Pais exatos das crianças a viver.

E depois nelas é que viveremos
Serão elas a recordar instantes
Em que teu beijo de pai presente
Moveu delicadamente a roda
Gigante.
alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 13/02/2017
Alterado em 04/07/2017


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